terça-feira, 22 de junho de 2010

Ronnie Wood



Quando ele era criança, seus desenhos foram mostrados em um programa de televisão da BBC, e ele ganhou uma das competições do programa, uma conquista que ele se refere como seu ‘despertar para a arte’. Grande fã dos pintores impressionistas, nos seus tempos de escola, foi inspirado por Caravaggio, Velázquez e Rembrandt. Todas as primeiras influências ainda estão lá, mas ele tentou uma forma diferente de pintura, uma forma expressionista. Gosta de pintar seus cavalos e quando viaja a Londres frequenta a ‘Royal Opera House’ e captura os movimentos das bailarinas em telas coloridas. Esse é o lado que quase ninguém conhece de Ronnie Wood, o de pintor, e o seu talento para visualizar o mundo deslumbrante da música que o rodeia e documentar os músicos com quem ele toca em retratos de ação vibrante. Sabemos mais do seu trabalho como cantor, guitarrista e compositor com os ‘Rolling Stones’ de quem é membro desde 1976. É conhecido também como ex-integrante do grupo ‘The Faces’, mas sua carreira começou em 1964 com os ‘The Birds’.
No final dos anos 60 ele passou a ser integrante da banda ‘The Creation’ entrando depois para o ‘Jeff Beck Group’, banda que também incluiu, um então desconhecido, Rod Stewart nos vocais. Ronnie Wood entrou para os Stones em 1975, quando Keith Richards e Mick Jagger usaram vários guitarristas para tocarem de graça na gravação do álbum ‘Black and blue’ a pretexto de estarem sendo testados. Sua entrada para a banda deveria ter acontecido em 1969 quando o fundador Brian Jones foi expulso pelo uso excessivo de drogas, mas havia dois concorrentes de peso, Eric Clapton e Jeff Beck, que desistiram. Quando saiu do ‘The Faces’ para os Stones, Ron sentiu a diferença entre uma banda desorganizada e uma com estrutura empresarial. Em 2006, no show dos ‘Rolling Stones’ no Rio de Janeiro, Ronald David ‘Ronnie’ Wood conta, em sua autobiografia, que ao ver a multidão de 2 milhões de pessoas, percebeu como tinha chegado longe desde seu nascimento em uma casa pobre em Hillingdon, Londres. De uma família de ‘ciganos da água’, às vezes também chamados de ‘bargees’ por trabalharem como operadores da barca no canal fluvial, a geração de Wood foi a primeira da família a nascer em terra firme. Seus dois irmãos mais velhos, Art e Ted, foram artistas gráficos, bem como músicos. Ted Wood morreu em 2004 e Art Wood em 2006.
Convencido por Mick Jagger, amigos e familiares, Wood, já se internou incontáveis vezes em clínicas de reabilitação. Ele hoje preza a lucidez, mas ficou muitos anos mergulhado nas drogas, do álcool à heroína e ao freebase, uma forma muito pura de cocaína, apresentada pelo saxofonista dos Stones, Bobby Keys. Ele conta em seu livro sobre esses dias regados a álcool, cocaína e sexo e da ocasião em que Keith Richards a quem ele se refere como ‘senhora czar anti-droga’ para ajudá-lo a ficar sóbrio, tentou fazer isso com uma faca e uma pistola. A luta já é antiga. A autobiografia revela ainda a experiência musical e pessoal e do contacto que teve com personalidades como Jimi Hendix e Elton John a quem chama ‘narcisista insuportável’. E adianta pormenores sobre o romance com a ex-mulher de George Harrison, Patti Boyd, que o trocou por Eric Clapton, e de Jo Howard, a companheira em 23 anos que trocou recentemente por uma relação com a jovem russa Ekaterina Ivanova, 40 anos mais nova que ele. Sobre os ‘Rolling Stones’, Ron Wood diz que não teria existido como banda se não fosse o chato Keith Richards a enfrentar o megalômano vocalista: o Mick Jagger é fantástico, mas sem o Keith não haveria banda.

Nenhum comentário:

Postar um comentário