
Imagem: Robson Ventura /Folhapress
As eleições acabaram, mas os reflexos delas foram sentidos de maneira triste na paisagem de muitas cidades brasileiras. Os arredores das escolas, que serviram de zona eleitoral, estão marcados com “santinhos”, placas e faixas dos mais diversos candidatos, e que agora não fazem sentido algum.
Apesar de ser proibida, a boca de urna é uma alternativa muito usada, principalmente pelos candidatos aos cargos com maior número de eleitos, como deputados e, até mesmo, senadores. A entrega dos “santinhos” na porta das escolas é a última jogada dos candidatos. Assim muitos deles tentam capturar o eleitor indeciso.
A panfletagem e outras atividades consideradas boca de urna podem resultar em detenção, de seis a dez meses, ou multa, que varia de cinco a 15 mil reais. Porém, quem mais sofre com essa imensa quantidade de papel desperdiçada e lançada ao vento, é sem dúvidas o meio ambiente.
A quantidade de lixo resultante do período de nove horas, que duram as eleições, é absurda. Nos arredores das zonas eleitorais é comum ter tanto lixo que os pedestres não conseguem enxergar o chão, totalmente encoberto por caricaturas de pessoas que prometem melhorar cidades e estados. As promessas ficam para trás quando a chuva ou o vento carregam os papéis que, consequentemente, entopem bueiros ou são carregados para os lixões.
O ambientalista e candidato carioca, Alcione Duarte, defende que os candidatos deveriam ser responsáveis pelos resíduos produzidos pela campanha. Ele garante que encaminhará os seus resíduos à reciclagem.
A estimativa do Tribunal Superior Eleitoral é de que cada candidato tenha consumido, em média, de 200 a 250 quilos de material. Mesmo que todo o papel gasto com a panfletagem nas eleições fosse reciclado, seria impossível recuperar sua matéria prima. Além disso, o processo de reciclagem não é totalmente isento da produção de resíduos e a grande quantidade de pigmentos usado nos “santinhos” podem ser tóxicos. O Brasil tem um processo eleitoral tão desenvolvido e elogiado, mas continua pecando nos cuidados com o meio ambiente.
[CICLO VIVO]
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